Fé e reflexões – Amiri fala sobre sua nova EP – Capítulo 4 (A Caminho da Origem)

Quem acompanha o trabalho do rapper Amiri desde o início nota claramente uma mudança em suas rimas. De um MC impulsivo e firme em seus argumentos da EP Êta Porra!, passando pela ainda forte EP Trinca, chegando à mixtape ‘Antes, Depois’ – onde já mostrou uma face mais espiritual – e agora, com o lançamento de seu novo trabalho, a EP Capítulo 4 (A Caminho da Origem), quase um tributo à sua fé, crenças e a Deus.

Com letras sérias e reflexivas, a EP traz uma nova face do rapper que deu seus primeiros passos na batalha do Santa Cruz, mas deixou de ser uma promessa a tempos e já tem o seu espaço entre os principais nomes da cena atual da cultura hip-hop.

Ouça a nova EP aqui!

O BlogdoBarr@! conversou com esse MC sobre o contexto desse seu novo trabalho e o resultado você confere abaixo:

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BlogdoBarr@!: Como foi o processo de criação e construção desse novo trabalho?

Amiri: Foi bem centrado, muito energético ao mesmo tempo. Um processo de criação gradativo também, com muita atenção e cuidado com cada faixa.

Foto por Marcos Eiras (Divulgação/Amiri)

BlogdoBarr@!: O Amiri sempre se destacou pelas rimas incisivas e o flow diferenciado, tanto que você mesmo brinca com esta questão do flow em outras músicas. Neste novo trabalho, você parece mais lírico e focado em uma questão divina, quase como um trabalho para falar de sua fé e crenças. O que te levou a esse tema? O Amiri sempre foi espiritualizado ou agora começou a olhar para este lado?

Amiri: Eu sempre me preocupei muito com a lírica em si. A princípio eu achava também interessante trazer a veia das batalhas de MCs pras letras, junto ao que eu já considerava também importante dizer. Todas as vezes que eu me expressei artisticamente tiveram teor espiritual, a princípio um tanto inconsciente, mas tiveram, mesmo sem menção, sabe? Mas hoje eu prezo pela minha saúde mental e isso difere, sabe? Filtro a rota dos pensamentos pra, conforme servir de influência, que seja positiva.

BlogdoBarr@!: Seu primeiro trabalho, o “Eta Porra!” veio como um soco no estômago, quero dizer, rimas fortes de imposição do seu espaço. Essa linha se manteve em “Trinca”, até que veio a mixtape “Antes, Depois”, quando você apresenta uma outra cara ao público, com faixas como Cura (é amor versus medo, não versus ódio), Espelho e Um Mic. São letras que mostram um Amiri que parece olhar mais para o seu interior, preocupado com questões mais profundas. Você sentiu a necessidade de falar desta forma com o seu público?

Amiri: É um pouco do que disse antes. No primeiro registro (Eta Porra!) a princípio, a ideia era só dividir com o pessoal que conheci nas batalhas de MCs. Quando eu decidi fazer o CD, esse era o máximo de alcance garantido que eu teria, então tem um pouco dessa veia, um pouco do que sentia de falar sobre questões étnico-raciais, assim como no “Trinca”. Só que no “Trinca” foi mais estruturado, elaborado, técnicamente dizendo, e o gás lírico ainda era o mesmo, o mesmo ritmo do primeiro registro.
Mas sabe qual que é a fita mesmo? Viril mesmo é quem permite o coração mole, sabe?
No estado são (em nossa plena sanidade), nós só fazemos questão de dividir o que nos fez bem. O que nos acrescenta. Por isso eu fiz questão de compartilhar essas reflexões na mixtape “Antes, Depois”.

BlogdoBarr@!: Em Luz, você diz que “não adianta só ser árvore, tem que ter fruto”. Você se considera árvore começando a frutificar?

Amiri: Eu só posso te dar o que eu realmente tenho. E o que temos? O que temos pra compartilhar? Tende a conduzir ou arrastar? Entende? É isso que questiono.
Eu me sinto, me percebo como canal, mano. Instrumento. Tocando o que estiver ao meu alcance, com base na estrutura do bem. É muito mais satisfatório alimentar nossa vida eterna, não comprometer nossa cidadania celeste, do que sobreviver “a serviço” ego.

Só eu

BlogdoBarr@!: Que “chamado” é esse que você fala em Luz?

Amiri: Chamado do Cristo, mano. Deus dentro de nós.

BlogdoBarr@!:  Há várias referências bíblicas nesse novo trabalho, como ser ‘sal da terra’, ‘toma tua cama e anda’, ‘não adianta só ser árvore, tem que dar fruto’. O livro sagrado teve influência direta na EP?

Amiri: Teve sim. Mas sem ser de forma exatamente religiosa, que depende dos meios, e sim de forma espiritual, que depende do ser, não dos meios, entende?
Eu sinto muito de dividir o que sinto que entendo das Boas Novas do Cristo, sabe? Dividir o que me alimentar o Ser.

BlogdoBarr@!: Suas rimas nessa EP lembram jogos de palavras como fazem poetas, numa linguagem que faz o ouvinte pensar e analisar o que você está dizendo, entrando em uma área que poucos MCs se preocupam, de como o público receberá sua mensagem. Tem uma proposta de fazer o ouvinte pensar?

Amiri: Desde sempre. Eu sempre me interessei por deixar as letras o quanto mais ricas poeticamente possível também. E acho muito importante instigar o raciocínio em quem acessa as expressões ali.
Eu tô um pouco mais maleável com isso, simplificando um pouco. Estão mais sutis as expressões. Tá menos hermético, mais universal, sabe? Dentro disso, a proposta é convidar quem acessa a vir dividir o entendimento das coisas inerentes a todo ser humano.

BlogdoBarr@!: O Amiri talvez seja o MC mais próximo da cultura africana na atualidade. Tanto que em Ayo nota-se claramente o ‘sotaque’ africano ao final. Carregar essa bandeira é uma característica que você faz questão? O que você indica para quem quer conhecer um pouco mais dessa história negada nas escolas brasileiras?

Amiri: Não acho que sou o mais próximo, mas é, primeiramente, tudo empírico o que eu sempre compartilho, não é muito lógico, sabe? Eu acho bem importante estudar, mas isso sempre fez parte da minha vivência e eu fiz questão de manter por perto, logo sempre pus nas músicas. Eu simplesmente me sinto africano, antes de qualquer conceito intelectual, entende? Mas é muito importante o estudo, buscar o conhecimento negado a nós quanto essas questões, logo, o reconhecimento histórico e a importância histórica das questões que se referem à África. Eu amo África com o coração, não só com a cabeça.

BlogdoBarr@!: Tenho a impressão de que o Amiri esteve recluso tratando de questões internas e voltou curado de algo. Essa é a mensagem que capto da EP com rimas como “Pra nunca mais voltar a dor no peito / fiz um trato com o Pai da Cura, acordo feito”, “Now I know the Truth, so you can’t fool the youth, man” e ‘hoje remando na superfície, certo que o remo / só tem me ajudado a ir pra mais perto do pleno’. Este é o objetivo mesmo?

Amiri:  Todo mundo passa por, no mínimo, sentimento semelhante. O que o inimigo fez e faz comigo ele fez e faz com todo mundo. Porém, ir contra a maré que o mundo bêbado de ilusão traz, renova nosso entendimento, sabe? Nos aprofundar em nós mesmos, nos reconectarmos com o que nunca deixamos de ser em essência, nos tira o véu da ilusão.
O objetivo é servir. Convidar todo mundo a se honrar como divino também.
Então eu digo “Agora eu conheço a Verdade, então você não pode enganar a juventude – e humanidade, por isso soa como “human”-, mano. (Now i know the Truth, so you can’t fool the youth, man (human).)

BlogdoBarr@!: Não cabe viver no raso a quem quase morreu no fundo. É uma metáfora ou uma experiência de vida?

Amiri: Os dois. Uma experiência de vida em metáfora.

BlogdoBarr@!: Como você enxerga a sua importância e a relevância desse trabalho para a cultura hip-hop?

Amiri: Eu sei o quanto faz sentido pra mim, sabe? Eu sei o quanto é importante pra mim, a princípio. Tão importante que eu fiz questão dividir com a nossa cultura. E espero muito que contribua positivamente pra vida das pessoas que acessarem essas músicas.

O mau do político

O mau do político não é ser mau, afinal ser político não é de todo mau, principalmente se você for o político, pois não sofrerá do mau que sua má atuação pode causar para quem te vê como mau.

O mau do político é não ser direto e justo. Sabe a palavra sinceridade? No Dicionário Houaiss, ela é descrita como ‘qualidade, estado ou condição do que é sincero; franqueza, lisura de caráter. E sincero é um adjetivo definido como ‘que se exprime sem artifício nem intenção de disfarçar seu pensamento ou sentimento, isento de dissimulação, em quem se pode confiar, verdadeiro, leal’.

Pronto! Em dois parágrafos, é isso o que falta na política hoje. Eu me considero politizado, gosto de assistir aos debates e até o criticado horário eleitoral gratuito. Vibro com as respostas, gosto de ver a preparação dos candidatos, coisa de maluco mesmo. E, grande parte daqueles que são ‘apolíticos’ (nem sei se esta palavra existe) junta todos os políticos em um mesmo pacote: a caixinha dos que não prestam, os ladrões!

Assistindo às entrevistas dos candidatos à presidência da República no Jornal Nacional desta semana (até agora, só foram entrevistados o tucano Aécio Neves e Eduardo Campos, morto em um trágico acidente de avião na manhã de hoje), entendi o porquê meus amigos não têm paciência com políticos.

Falta-lhes um mínimo de franqueza. Aécio está envolvido em uma embaraçosa história de um aeroporto construído ao lado da fazenda de um familiar seu. Alega que não recebeu nada em troca, que sua família não recebeu um tostão até hoje, mas é, no mínimo, constrangedor você fazer uma obra deste porte bem ao lado de uma propriedade que pertence a um ente querido seu.

A pergunta de Willian Bonner resume a questão: “O que vale mais: uma fazenda sem um aeroporto ao lado ou uma fazenda com um aeroporto ao lado?”

E o que falta, no meu pouco conhecimento político, é um mínimo de franqueza. Se não houve má intenção, assuma que a execução foi um erro, seja humilde de reconhecer. O ser humano tem uma tendência a não gostar de pessoas arrogantes, que nunca assumem seus erros. Ao contrário, quando alguém é humilde para reconhecer suas falhas, tende a ser mais simpático e mais próximo de nós, reles mortais.

Eduardo Campos, por sua vez, também foi apertado pelo fato de sua mãe, a ministra Ana Arraes, integrar o Tribunal de Contas da União (TCU). Candidato à presidência, Campos corria o risco de ter as contas fiscalizadas por sua genitora se fosse eleito. O problema era que ele apoiou (é lógico) a indicação e eleição de sua mãe como governador de Pernambuco, usando do seu prestígio e posição.

Hoje, a vidraça da presidenta Dilma Rousseff será testada. E é bem provável que siga o caminho dos dois entrevistados, ou seja, ‘saia pela tangente’, ou à la Leão da Montanha, ‘saída pela esquerda’.

Em resumo, o que nós, população, esperamos de vocês, políticos, não são propostas elaboradas e engenhosas, nem muito menos populistas. Esperamos apenas sinceridade, o que aproxima os seres humanos e os torna cada vez mais iguais.

A Virada Cultural precisa ser repensada há tempos

                Escrever um artigo sobre a Virada Cultural é tema fácil anualmente neste blog (2009, 2010 e 2011) . A 10ª edição continua apresentando os mesmos problemas dos anos anteriores quando escrevi, exceto pela organização do exército de garis, que dão um show na limpeza em poucas horas da cidade, deixando o Centro arrumado antes do sol raiar (e às vezes até pouco depois do término do evento).

                Mudei demais o meu pensamento com relação à Virada Cultural nos últimos anos. Se era um crítico ferrenho no início, frequentei em duas edições e vi que há pontos extremamente positivos. Mas ainda há pecados cruciais sendo cometidos e vitimando pessoas.

                A primeira coisa que me choca e me traz repúdio é que, mesmo com cinco baleados e dois esfaqueados em estado grave na Santa Casa, outros 80 frequentadores atendidos por conta do exagero no álcool, drogas e/ou vítimas da violência de ladrões, além dos incontáveis arrastões durante toda a madrugada, a Prefeitura e a Secretaria de Cultura – responsáveis diretas pelo evento – classificam o evento um sucesso.

                Realmente, traçam um comparativo com a quantidade de pessoas que passaram pelo evento – estimado em 3 milhões -, mas eu levanto o mesmo questionamento de ano anterior, quando uma pessoa morreu no evento: “Vale a pena divertir 3 milhões de pessoas em detrimento da morte de uma pessoa? Ou atualizando, vale a pena a diversão em detrimento de sete casos graves de violência e uma série de roubos?”

                Uma vida vale menos do que a diversão de outros milhões? Acho este conceito absurdamente errado. Se minha diversão causar um risco ou sequer um mal-estar ao próximo, esta não tem justificativas para ocorrer.

                A Virada é incrível do ponto de vista de ecletismo, da aproximação dos paulistanos de artistas do País todo, eu já fui em uns poucos shows e acho incrível. Mas muita coisa precisa ser repensada, já que esse formato atual já se mostrou um fracasso total do ponto de vista organizacional e da segurança.

                Há anos atrás, colocaram na conta do RAP a responsabilidade pelo tumulto, afinal o público é preconceituosamente taxado de ladrões e maloqueiros. Viu-se anos depois que a falta de preparo dos policiais é que motivou toda a questão. Tanto que nesta ano, a Virada voltou a contar com um palco exclusivamente do gênero.

                Não estou aqui para pontuar soluções, mas para levantar algumas questões. Como frequentador, cansei de ver GCMs e PMs – a ponta da linha da segurança – assistindo a Virada como eu, ou seja, quando chega a madrugada e os ‘bondes’ tomam as ruas do Centro, atuam ‘preventivamente’, abordando alguns ‘viradeiros’ como praxe e fechando os olhos para muitas ocorrências.

                Calma, eu também vi o número de pessoas presas (ou apreendidas), mais de 100 nesta edição, mas isso não significa metade das ocorrências. Segundo a PM, ocorreram 13 mil abordagens, com 100 presos? Em um evento onde as drogas correm soltas, o álcool é vendido em todos os palcos e os furtos e violência acontecem deliberadamente? Entendo pouco de matemática e esta conta me parece ilógica.

                Outro insucesso foi a programação formulada para este ano. Enquanto uns palcos contavam com grandes atrações como os retornos do Ira! e do RZO, locais foram reservados para as famílias como a Viradinha Cultural, com dezenas de apresentações teatrais e musicais para pais e filhos, outros palcos foram péssimamente preenchidos. Que o diga o Palco Rock, sempre um dos mais bem-sucedidos e cheios da Virada e que, neste ano, foi esvaziado com uma série de bandas alternativas ou sem grande impacto no público.

                É sabido que, como sociedade, não estamos preparados para eventos deste porte. Quer saber a quantidade de pessoas realmente interessadas em cultura? Desde a primeira vez que comentei sobre o tema levantei a bandeira que cultura vai muito além da música. Existem outras vertentes, principalmente um ponto fundamental gerador de cultura que sempre foi ignorado: por quê não disponibilizar bibliotecas no Centro durante a Virada? Livro, revista, leitura não é cultura?

                Não rende porque livro não interessa. Lendo não é possível fazer bagunça, não se lê drogado ou bêbado e muito menos a leitura incentiva atos criminosos. Portanto, por este exemplo, você veria que o real interesse da Virada Cultural não está sendo oferecer cultura gratuita à população.

                Por fim, já que a Prefeitura não admite o erro na fórmula atual e nós, como sociedade, não sabemos aproveitar este evento grandioso (em tamanho) oferecido gratuitamente, que a Virada Cultural torne-se um evento público-privado. Ou seja, a Prefeitura investe na contratação de artistas e no fechamento de um espaço, os interessados comparecem e ali as forças de segurança terão (se quiserem, é claro) um maior controle, com revista e controle das ações dentro deste espaço. Afinal, a rua é terra de ninguém e a Virada Cultural não está sendo um programa para o cidadão de bem, como era o seu propósito inicial.

                A chuva? Ah, ela foi um detalhe. Depois de tantos problemas, Deus já estava cansado lá de cima de ver tanto bagunça que decidiu acabar logo com essa bagunça mais cedo. Certeza que pensava no trabalho dos garis, que limpariam toda a sujeira causada pelos ‘amantes da cultura’ e deu uma ajudinha encerrando antecipadamente e com um pouco de água.

Análise dos grupos da Copa do Mundo 2014 – Grupo H

Assim como o grupo C, a última chave da Copa-2014 está bem equilibrada. Das quatro seleções, ao menos duas contam com elencos respeitáveis – Bélgica e Rússia – e já são consideradas forças emergentes no futebol europeu.

A Bélgica é apontada como a possível surpresa do Mundial-2014, mas terá a concorrência do futebol russo, que busca se fortalecer pare chegar forte na próxima edição, em 2018, quando jogam em casa. Já a Coreia do Sul quer continuar no pelotão do meio, enquanto a Argélia aponta como o azarão da chave.

(Confira a análise dos grupos A, B, CDEF e G aqui!)

 

Bélgica – Candidata a grata surpresa

belg

Entre as 32 seleções que chegam ao Mundial, a Bélgica é a minha maior aposta de grata surpresa. Os belgas precisaram renovar o elenco para conseguir uma vaga novamente em Copas, após um hiato de duas edições longe.

A impressão da última experiência foi boa, em 2002, quando protagonizou uma das partidas mais difíceis para o Brasil na trajetória do penta e Marc Wilmots, atual treinador, estava em campo.

A geração atual é interessante em todos os setores. Wilmots conta com goleiros em excelente fase como o problemático Courtois, finalista da Liga dos Campeões com o Atlético de Madrid, e Mignolet, do Liverpool. Na zaga, tem o seguro Kompany e o experiente Van Buyten. O habilidoso Hazard e Witsel estão praticamente confirmados e o ataque é perigoso, com De Bruyne, Lukaku, o veloz Mertens e Mirallas. E ainda caiu no colo de Wilmots a revelação Januzaj. O único contestado, mas bancado pelo treinador é Fellaini, do Manchester United.

Com esse elenco de respeito, os belgas passaram invictos por Croácia, Sérvia, Escócia, País de Gales e Macedônia nas eliminatórias, surpreendendo inclusive nas partidas fora de casa. Ou seja, jogar longe de sua torcida não é problema para os comandados de Wilmots.

Repetir o feito de 1986, quando chegou na quarta colocação? É possível!

 

Argélia – À la francesa, sem estrelas

Argélia

A Argélia sabe que é a menor força entre os seus adversários de grupo. E guarda como trunfo na manga a parceria Argélia-França. Se por um lado, perdeu estrelas de origem argelina para a França, como Benzema, Nasri e Zidane, por outro lado, importou grande parte de seu elenco atual.

Jogadores como o experiente Bougherra, Ghoulam e Medjani são importados da França, nascidos na Europa e que, com origem argelina, optaram por defender a seleção africana. Os argelinos apostam as fichas em um trio de promessas: Belfodil, Feghouli e Taider. Estes três jogam em grandes da Europa e são a esperança dos africanos para surpreender como fez o Senegal, grande zebra da Copa de 2002. A revelação Bentaleb também deve integrar a lista dos 23 que virão ao País.

Nas eliminatórias, a Argélia se classificou em primeiro no grupo H, com Benin, Mali e Ruanda, e na fase final, em uma suado confronto contra Burkina Faso, vencendo pelo saldo de gols marcados fora de casa.

No banco, as ‘Raposas’ contam com o treinador bósnio Vahid Halihodzic, trazendo a experiência europeia para fortalecer o elenco e lutar por uma inédita classificação para as oitavas de final.

 

Rússia – Após ofuscar Portugal, eles querem mais

Rússia

Talvez nem os russos contavam com o desempenho de sua seleção nas eliminatórias. Para quem não disputava uma Copa desde 2002, a Rússia foi além das expectativas ao roubar a classificação antecipada de Portugal no grupo F. A diferença é que os Soviéticos souberam tropeçar na hora certa e ficaram à frente dos lusos.

Esta será apenas a sua terceira participação em Copas, mas passar às oitavas de final não é uma simples ambição, afinal se comparar os elencos de 1994, 2002 e o atual, é possível constatar que a Rússia já não é tão inofensiva quanto antes.

Maior estrela atual do futebol russo, o atacante Arshavin vive na corda bamba, ora convocado, ora ignorado pelo treinador italiano Fábio Capello, assim como Pavlyuchenko, que perdeu espaço com o comandante. A base russa atua no próprio país, o que dificulta o trabalho dos adversários, que desconhecem boa parte do elenco. A segurança do goleiro Akinfeev está garantida e um dos poucos ‘estrangeiros’ dos recentes convocados é Cheryshev, que atua no Sevilla da Espanha.

Curiosamente, a maior aposta é no italiano Capello, em quem os dirigentes e os torcedores russos confiam para trazer a experiência dos títulos europeus conquistados por Milan, Juventus, Roma, Real Madrid e os anos à frente da Inglaterra e da própria Itália.

 

Coreia do Sul – Novas apostas

Coreia

Foi-se o tempo que a Coreia do Sul era o saco de pancadas das Copas. Após o quarto lugar na Copa de 2002, disputada em seus domínios, os sul-coreanos voltaram ao mata-mata no último Mundial, em 2010, e mesmo assim venderam caro a vitória aos uruguaios nas oitavas de final.

Esta será a oitava Copa seguida dos coreanos e a experiência adquirida por seus atletas no continente europeu pode ser um plus no desempenho nesta edição. Porém, a maior estrela atual do País, o armador Park Ji-Sung, com passagem pelo Manchester United, não defende mais a seleção, alegando abrir espaço para os mais novos.

Assim, a Coreia do Sul convocou uma seleção repleta de novos nomes, com nove atletas que atuam no futebol europeu. Sem Park, o peso de conduzir a seleção será dividido entre Park Chu-Young, remanescente da Copa de 2010, e Jacheol, que atua no Mainz, da Alemanha.

O desempenho nas eliminatórias prova que o momento não é dos melhores, com alguns tropeços para seleções inexpressivas como o Líbano, empates com o Uzbequistão e derrotas para o Irã, que garantiram a primeira colocação aos iranianos e deixou os coreanos no segundo lugar, suficiente para carimbar a vaga.

 

Tabela de jogos

Bélgica x Argélia – Dia 17.06.14, às 13h – Mineirão
Rússia x Coreia do Sul – Dia 17.06.14, às 19h – Arena Pantanal
Bélgica x Rússia – Dia 22.06.14, às 13h – Maracanã
Coreia do Sul x Argélia – Dia 22.06.14, às 16h – Beira Rio
Argélia x Rússia – Dia 26.06.14, às 17h – Arena da Baixada
Coreia do Sul x Bélgica – Dia 26.06.14, às 17h – Arena Corinthians

Análise dos grupos da Copa do Mundo 2014 – Grupo G, o Grupo da Morte 2

O grupo G é considerado por alguns como o segundo grupo da morte, mas para mim é o primeiro. Apesar de contar com apenas uma campeã mundial – a Alemanha -, é inegável que Portugal sempre chega como uma seleção com grande potencial – principalmente por conta do melhor do mundo, Cristiano Ronaldo -, assim como Gana é uma seleção perigosa e que teve um excelente desempenho em 2010 e os Estados Unidos têm crescido de rendimento a cada edição.

(Confira a análise dos grupos A, B, CDE e F aqui!)

 

Alemanha – Todas as fichas nesta geração

Alemanha

Chega de bater na trave! É assim que a Alemanha chega ao Brasil para a sua 20ª participação em Mundiais. Desde 1982, os alemães chegam no mínimo até às quartas de final e nas últimas três edições, acumula um vice-campeonato e duas medalhas de bronze.

Portanto, ficar entre as quatro melhores da Copa não é ambição, ainda mais para uma seleção apontada por 10 entre 10 críticos como uma das três principais candidatas ao título. E isso é resultado do investimento nas categorias de base, que gerou uma safra incrível de talentos, e a aposta na continuidade, já que o treinador Joachim Löw era o assistente de Jurgen Klinsmann em 2006 e o comandante em 2010.

A campanha nas eliminatórias foi impecável, com o ataque mais positivo (36 gols) e nove vitórias em dez jogos no grupo C, que tinha a perigosa Suécia, de Ibrahimovic, além de Áustria, Irlanda, Cazaquistão e Ilhas Faroe.

Nas mãos de Joachim Löw, os germânicos tem o melhor goleiro da atualidade, Neuer, além do excelente ala Lahm, os seguros Boateng, Schmelzer e Mertesacker, os habilidosos Götze, Kroos e Ozil, o eficiente Schweinsteiger e os atacantes Klose, Podolski, Reus, Schürrle e Müller.

Não falta experiência em confrontos contra os grandes, já que a Alemanha enfrentou Argentina, Itália, Inglaterra, Uruguai, Espanha e Brasil nos últimos Mundiais. Então, 2014 pode ser o ano do tetra alemão. E não faltam apostas nisso.

 

Portugal – CR7 e + 11; é hora de ser grande

Portugal

Uma seleção que conta com o melhor jogador do mundo na atualidade e atletas de primeiro escalão como Fábio Coentrão, Pepe, João Moutinho, Raul Meireles, Hugo Almeida e Varela exige respeito dos adversários.

Mas o histórico português em Copas ainda não faz jus aos últimos anos dos lusitanos. Nas 19 edições disputadas até hoje, Portugal só esteve presente em cinco. E, apesar de ter encerrado a Copa de 2006 na quarta posição, no último Mundial não passou das oitavas de final. Desempenho bem diferente das últimas Eurocopas, quando esteve bem perto do título em 2000, 2004 e 2012.

O caminho até a Copa teve alguns percalços, como o empate contra a Irlanda do Norte e Israel, que comprometeram a classificação. Com a Rússia garantida, teve que travar uma batalha épica contra a Suécia por uma vaga. E a estrela de Cristiano Ronaldo apagou a de Ibrahimovic, garantindo a classificação lusitana com duas vitórias.

Como os atletas já jogam juntos há anos, o entrosamento não é problema para o técnico Paulo Bento. Os Quinas precisam, agora, provar que podem se juntar definitivamente ao pelotão de elite do futebol mundial. E não depender apenas do talento de Cristiano Ronaldo.

 

Gana – Elenco de respeito e metas ousadas

Gana

Gana pegou gosto. Desde a classificação para a sua primeira Copa do Mundo, os ganeses nunca frustraram os seus torcedores e sempre carimbaram o passaporte para a fase de mata-mata.

Logo na estreia, em 2006, deixou República Tcheca e Estados Unidos chupando dedo e chegou às oitavas, onde teve o azar de enfrentar o Brasil. Em 2010, foi ainda mais longe, passando por Austrália, Sérvia, Estados Unidos (de novo) e perdendo nos pênaltis para o Uruguai nas quartas, no fatídico episódio do pênalti perdido nos acréscimos da prorrogação por Gyan Asamoah.

Chegar ainda mais longe seria muita ousadia. Isso se a seleção não contasse com tantos bons jogadores no elenco. Muntari, Essien, Kwadwo Asamoah, Ayew, Frimpong, Kevin Prince Boateng e Gyan são carregadores de piano em seus clubes e desfilam seu futebol pela Europa. Juntar todos estes craques é sinônimo de boas perspectivas.

As eliminatórias foram moleza, com apenas uma derrota para Zâmbia na fase de classificação. E, mesmo enfrentando a forte seleção egípcia, não tomou conhecimento dos faraós e aplicou uma sonora goleada por 6 a 1 no jogo de ida, se dando ao luxo de perder o jogo de volta por 2 a 1.

A chave é complicada, mas a experiência de enfrentar os principais nomes nos Campeonatos Europeus pode colaborar para uma nova surpresa africana.

 

Estados Unidos – Evolução notória

EUA

A evolução do futebol estadounidense é notória. Sua estreia em Mundiais lhe rendeu uma semifinal (1930), mas o número de seleções era pequeno e o formato diferente. O renascimento se deu na década de 90, quando os Yankees ainda mostravam um futebol medíocre. Mas com o passar das Copas, o progresso foi visível e os americanos conseguiram chegar às quartas de final em 2002, mas pararam aí.

Com a globalização, os americanos exportaram seus talentos, eles ganharam experiência em campos europeus e o futebol passou a ganhar o seu espaço entre os torcedores. Com Jurgen Klinsmann no comando, os Yankees são a seleção mais organizada na preparação para a Copa, apesar de não ter o melhor elenco dos últimos anos.

As eliminatórias não mostram dificuldades para os americanos, ainda mais com o seu arquirrival México em péssima fase. Mas alguns tropeços como as derrotas para Honduras e Costa Rica e os placares magros mostraram o baixo poderio ofensivo americano.

Para o Brasil, Klinsmann traz a experiência de Tim Howard, Bocanegra, Bradley, Dempsey e Altidore, mas aposta na juventude para surpreender em um grupo tão complexo. A realidade é que as chances são as menores do grupo. Difícil vai ser bater de frente contra os gigantes alemães e portugueses.

 

Tabela de jogos

Alemanha x Portugal – Dia 16.06.14, às 13h – Fonte Nova
Gana x Estados Unidos – Dia 16.06.14, às 19h – Arena das Dunas
Alemanha x Gana – Dia 21.06.14, às 16h – Castelão
Estados Unidos x Portugal – Dia 21.06.14, às 19h – Arena da Amazônia
Portugal x Gana – Dia 26.06.14, às 13h – Mané Garrincha
Estados Unidos x Alemanha – Dia 25.06.14, às 13h – Arena Pernambuco

Análise dos grupos da Copa do Mundo 2014 – Grupo F

Um grupo com um amplo favorito, duas forças medianas e um franco atirador. Este é o cenário da chave F, que tem a Argentina de Lionel Messi como protagonista, a pouco conhecida, mas perigosa Bósnia, a sempre surpreendente Nigéria e o Irã como o mais fraco.

Mas o que parece ser óbvio pode se tornar uma grande surpresa, já que a Bósnia promete contrariar os que duvidam de seu potencial.

(Confira a análise dos grupos A, B, CD e E aqui!)

 

Argentina – Mais uma chance para a geração Messi

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Não é novidade. Em todas as Copas do Mundo, a Argentina chega como uma das principais forças, mas a estrela de seu principal jogador, Lionel Messi, ainda não brilhou como se espera e como a Argentina precisa, como aconteceu em 1986, com Diego Maradona. E o Mundial no Brasil será uma nova oportunidade para a geração de Messi provar que os hermanos podem sonhar com um novo título para o futebol portenho.

Nas últimas Copas, a pedra no sapato argentino tinha forma de chucrute. Os alemães eliminaram a Argentina em 2006 (nas quartas) e 2010 (nas oitavas de final). Por isso, o cenário ideal em 2014 é classificar-se na liderança do grupo F e também torcer para a Alemanha terminar a primeira fase na ponta da chave G.

O apoio maciço da torcida ajudará, mas já passou da hora da geração de Messi, Higuaín, Di María, Mascherano e Aguero vingar com a camisa alviceleste. E o técnico Alejandro Sabella sabe a responsabilidade que tem, principalmente a pressão sobre Messi, sempre acusado de não render na seleção o mesmo que rende no Barcelona.

O problema da alviceleste ainda é o setor defensivo. Se o ataque é poderoso, a zaga ainda é vista com desconfiança. Por isso, Garay, Campagnaro e Otamendí também terão que provar que, ao lado do goleiro Romero, podem garantir lá atrás, enquanto Messi & cia. resolvem lá na frente.

Nas eliminatórias, os hermanos não tiveram dificuldades, principalmente por não ter o seu arquirrival, o Brasil, na disputa. Foram apenas duas derrotas, um surpreendente tropeço contra a Venezuela na segunda rodada e na última rodada, já classificada com antecedência, diante do Uruguai. Foi de longe o melhor ataque e a segunda melhor defesa, o que pode ser um bom sinal.

Favorita a Argentina claramente é, basta acreditar em seu próprio potencial para ir longe na Copa-2014.

 

Bósnia Herzegovina – Boa surpresa ofensiva

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Duas seleções são apontadas como boas surpresas que podem despontar nesta Copa: Bélgica e a Bósnia. E em sua estreia em Mundiais, a Bósnia quer aproveitar a boa geração de craques que tem para surpreender logo na estreia.

O poderio ofensivo e a solidez defensiva foi comprovada nas eliminatórias, quando classificou-se na liderança do grupo G, que tinha Grécia, Eslováquia e as fracas Lituânia, Letônia e Liechtenstein. Em 10 jogos, foram 30 gols marcados (quarto melhor ataque), com goleadas estrondosas como o 8 a 1 sobre Liechtenstein e o 5 a 0 sobre a Letônia.

Os bósnios sabem que terão que enfrentam a habilidade argentina logo na estreia, mas Nigéria e Irã não assustam um elenco que tem o goleador Dzeko e Ibisevic, além do meia habilidoso Pjanic. E é justamente no desconhecimento de seu elenco que o treinador Safet Susic esperar surpreender.

Portanto, não estranhe se os estreantes surpreenderem e lembrarem o assombroso desempenho croata em 1998.

 

Nigéria – As águias estão prontas para novos voos?

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Desde a sua estreia em Mundiais, em 1994, a Nigéria, finalmente, volta a uma Copa do Mundo com um elenco pronto para ser a melhor seleção africana. Prova disso é a conquista do tricampeonato da Copa Africana de Nações, quando deixou pelo caminho outra força do continente, a Costa do Marfim.

Credenciada pelo título, é hora de lutar por nova classificação para a segunda fase da Copa, como aconteceu em 1994 e 1998. Nas eliminatórias, as Super Águias foram econômicas nos gols, mas fizeram o suficiente para carimbar sua vaga e ainda tiveram a sorte de enfrentar a mais fraca das seleções na fase final, a Etiópia.

Stephen Keshi, comandante nigeriano, não quer dar sopa para o azar, por isso convocou os principais craques do país. Enyeama, Obi Mikel, Joel Obi, Victor Moses e o artilheiro Emenike estão com passagens compradas para o Brasil.

Se ousarem como na época de Jay Jay Okocha, Nwankwo Kanu, Amokachi e George Finidi, os Super Águias têm condições de voltarem a ocupar o status de melhor seleção africana da atualidade, mas a concorrência de Camarões, Costa do Marfim e Gana será grande.

 

Irã – Genérico argentino é o trunfo

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Não há o que se esperar do Irã em Copas. O ápice das participações foi a emocionante e ‘deliciosa’ vitória sobre os arquirrivais políticos Estados Unidos em 1998, única vitória até aqui em Mundiais.

Se tem algo a apresentar ao mundo é um jovem talento chamado Sardar Azmoun. Com apenas 19 anos, Azmoun nunca defendeu a seleção iraniana, mas o seu desempenho no Rubin Kazan, da Rússia, rendeu o apelido de ‘Messi iraniano’.

Dos 28 pré-convocados, apenas nove atletas atuam fora do país. Dejagah, que atua no Fulham, Davari, do Eintracht, e outros ‘europeus’ trarão um pouco mais de experiência para o elenco, que está longe de oferecer algum risco aos seus adversários .

Se o Messi iraniano fizer milagre, o Irã volta pra casa com algum empate.

Tabela de jogos

Argentina x Bósnia – Dia 15.06.14, às 19h – Maracanã
Irã x Nigéria – Dia 16.06.14, às 16h – Arena da Baixada
Argentina x Irã – Dia 21.06.14, às 13h – Mineirão
Nigéria x Bósnia – Dia 21.06.14, às 19h – Arena Pantanal
Bósnia x Irã – Dia 25.06.14, às 13h – Fonte Nova
Nigéria x Argentina – Dia 25.06.14, às 13h – Beira Rio

Análise dos grupos da Copa do Mundo 2014 – Grupo E

Se a França suou para conseguir sua classificação para a Copa no Brasil, agora terá um relativo descanso – isso se souber aproveitar a oportunidade -, já que seu grupo não representa grande perigo.

Enquanto Honduras não tem nada a perder, Equador e Suíça disputam pelo status de segunda força do grupo.

(Confira a análise dos grupos A, B, C e D aqui!)

 

Suíça – Jovens talentos podem surpreender

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Se tem uma seleção que carrega um rótulo e nunca se livrou dele é a Suíça. O futebol suíço é sinônimo de retranca, o que, consequentemente, resulta em uma equipe pouco ofensiva. Mas pode ser que no Brasil, a história seja um pouco diferente.

Não, a Suíça não deixou de ser eficiente na defesa, mas tem bons nomes ofensivos revelados recentemente no futebol . E sob o comando do multicampeão alemão Ottmar Hitzfeld, estes talentos estão sendo valorizados.

Se você já conhece alguns nomes botinudos como Lichtsteiner, Senderos e Timm Klose, pode se acostumar a reconhecer outros como Barnetta, Behrami, Inler e a maior aposta dos suíços, o jovem Shaqiri, que defende sua seleção desde as categorias de base e se consolidou como um meia talentoso no Bayern, sob o comando de Pep Guardiola.

Nas eliminatórias, a Suíça não teve dificuldades em um grupo com Albânia, Chipre, Eslovênia, Islândia e Noruega, chegando invicta na primeira colocação. Mas, com exceção de um surpreendente 4 a 4 contra a Islândia, os placares foram todos econômicos, com no máximo dois gols marcados por jogo. Se vier pra repetir as campanhas de 2006 – quando caiu nas oitavas sem levar um único gol durante sua participação – e 2010 – eliminada na primeira fase com um gol marcado e um sofrido -, os torcedores podem ser preparar para muito marasmo.

Então, que Shaqiri nos surpreenda.

 

Equador – Com sorte, nova chance nas oitavas

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A sorte já está do lado do Equador. Em sua terceira participação em Mundiais – óbvio que falta experiência aos equatorianos -, ‘La Tri’ (referências às três cores de sua bandeira) caiu em um grupo nivelado por baixo, com exceção da França.

Com um elenco com bons nomes como Ayovi, Ibarra, Caicedo e Valencia, do Manchester United, os equatorianos não contarão com o seu grande trunfo. E isso não se trata de uma lesão que afastou algum atleta da Copa, mas é que é impossível trazer a altitude de Quito.

Durante as eliminatórias, o Equador aproveitou muito bem este artifício e saiu invicto quando jogou em casa, com 7 vitórias e um empate, o que compensou o fraco desempenho fora de casa.

Acostumado com o clima tropical, o técnico Reinado Rueda tentará aproveitar este fator para levar sua seleção novamente às oitavas de final, como aconteceu em 2006. E, para isso, terá que fazer valer sua força contra Suíça e Honduras, já que a França apresenta um nível técnico superior ao futebol equatoriano.

 

França – Chega de oscilações

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Chega de oscilações. A França é uma grande seleção desde os tempos de Just Fontaine (1958), passando por Platini (1978, 1982 e 1986) e Zidane (1998, 2002 e 2006), mas em seu histórico de participações nas Copas alterna desclassificações e desempenhos pífios com título (1998), vice-campeonato (2006) e terceiros-lugares (1958 e 1986).

E é chegada a hora de parar com estas oscilações. Principalmente por conta do desempenho no último Mundial, eliminada na primeira fase, após o vice de 2006. Para isso, a Federação Francesa colocou no comando a experiência de Didier Deschamps, que viveu a maior glória dos Bleus como capitão.

O azar de ter caído no grupo da atual campeão Espanha nas eliminatórias colocou os franceses em xeque e o passaporte para o Brasil só foi carimbado na repescagem, em uma recuperação eletrizante contra a Ucrânia.

O elenco é estelar. Lloris, Evra, Koscielny, Abidal, Nasri, Clichy, Varane, Pogba, Benzema, Giroud, Ribery, Valbuena e outros são protagonistas em seus clubes. E a força deste grupo foi provada ao reverter o placar contra a Ucrânia. Cabe a Deschamps aproveitar estes talentos individuais, transformá-los em coletivo e fazer a França voar em campos brasileiros.

 

Honduras – Time caseiro e viagem curta

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Chegar à Copa do Mundo já é um título para os hondurenhos. Com um histórico inexpressivo no futebol, Honduras chega para o seu terceiro Mundial sem nenhuma pretensão. Uma primeira vitória já seria um grande feito, para um time que terminou suas duas participações (1982 e 2010) em Copas na lanterna de seus grupos.

O início nas eliminatórias foi à la Robin Hood, vencendo os favoritos Estados Unidos e empatando com o México, mas caindo diante de Panamá e Costa Rica. Depois disso, só aproveitou o fraquíssimo desempenho mexicano e venceu os tricolores em pleno estádio Azteca e mantendo-se superior aos fracos panamenhos e jamaicanos.

A seleção é caseira, já que nove dos atletas convocados atuam no país. Sabendo das limitações de seu elenco, o colombiano Luiz Fernando Suárez sabe que será difícil repetir feitos como a eliminação brasileira na Copa América de 2001.

Portanto, é bom já virem de malas prontas!

Tabela de jogos

Suíça x Equador – Dia 15.06.14, às 13h – Mané Garrincha
França x Honduras – Dia 15.06.14, às 16h – Beira-Rio
Suíça x França – Dia 20.06.14, às 16h – Fonte Nova
Honduras x Equador – Dia 20.06.14, às 19h – Arena da Baixada
Equador x França – Dia 25.06.14, às 17h – Maracanã
Honduras x Suíça – Dia 25.06.14, às 17h – Arena da Amazônia

Análise dos grupos da Copa do Mundo 2014 – Grupo D, o Grupo da Morte (1)

Coitada da Costa Rica. Tradicional coadjuvante nos Mundiais, a seleção da América Central teve o azar de cair em um dos grupos da morte da Copa, ao lado de nada menos do que três campeões mundiais. Inglaterra, Itália e Uruguai irão se digladiar por duas vagas no grupo mais difícil da primeira fase.

São nada menos do que 7 títulos mundiais em apenas uma chave.

(Confira a análise dos grupos A, e C aqui!)

Costa Rica – Duas semanas de férias

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O mais otimista torcedor costarriquenho sabe que, apesar do futebol surpreender, a Costa Rica já vem para o Brasil com as passagens de volta compradas.

Repetir o feito da Copa de 90, quando chegou às oitavas de final com duas vitórias na primeira fase, é praticamente impossível, dada o abismo técnico que envolve o futebol local e o das seleções adversárias, Inglaterra, Itália e Uruguai.

A seleção comandada por Jorge Luis Pinto e que tem o ídolo Paulo Wanchope como assistente fez bonito nas eliminatórias da Concacaf, batendo Estados Unidos e México em campo e terminando na segunda colocação na fase final, à frente de Honduras e México.

Agora, o que resta é aproveitar a viagem ao Brasil, tentar roubar um ou outro ponto dos gigantes e encerrar sua participação em seu quarto Mundial dignamente.

 

Uruguai – Pelo resgate da velha raça e a aposta em Luis Suárez

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A velha mística terá que entrar em campo. Se o Uruguai não resgatar sua velha raça, a participação na Copa do Mundo 2014 poderá ser um vexame. Isso porque o desempenho uruguaio nas eliminatórias sul-americanas foi pífia. A Celeste foi apenas a quinta seleção, chegando ao Mundial após a repescagem contra a inexpressiva Jordânia, com uma queda assustadora de rendimento após as goleada sofridas diante da Colômbia (4 a 0)e da Bolívia (4 a 1), empates em casa e um saldo zerado, com 25 gols marcados e 25 sofridos.

Após o surpreendente (e merecido) quarto lugar na Copa da África do Sul (2010), o treinador Óscar Tabárez ganhou confiança e manteve um bom elenco sob seu comando, mas não manteve o bom desempenho.

Com Muslera, Maxi Pereira, Godín, Lugano, Scotti, Eguren, Lodeiro, Maxí Rodriguez, Cavani, Forlán e Suárez, não dá pra dizer que o Uruguai sofre com a falta de talentos. Aliás, uma das maiores apostas de Tabárez e da torcida portenha é na boa fase do atacante Luis Suárez e no faro de artilheiro de Cavani.

Se mostrar entrosamento e a catimba do futebol portenho, poderá bater de frente com as favoritas Inglaterra e Itália, por uma das vagas.

 

Inglaterra – No meio da renovação

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A Inglaterra é aquela seleção que sempre chega como favorita no Mundial e acaba esbarrando nos seus arquirrivais diretos. Desde 1994, quando não se classificou, os ingleses sofrem com a maldição das oitavas e quartas de final, caindo diante da Alemanha (2010), Portugal (2006), Brasil (2002) e Argentina (1998). Talvez cair em um grupo com duas grandes seleções pode ser um teste para o English Team, que não tem suportado aos grandes confrontos nos Mundiais.

Os ingleses não tiveram a mínima dificuldade nas eliminatórias europeias, classificando invictos na primeira colocação do grupo H, à frente da Ucrânia, a novata Montenegro, Polônia e as inexpressivas Moldávia e San Marino.

A grande questão deste elenco que chega no Brasil é a renovação em andamento que promove o técnico Roy Hodgson – vindo do pequeno West Bromwich Albion e sem um único título relevante em sua carreira.

O treinador inglês tem um elenco dividido entre atletas que devem disputar a sua última Copa do Mundo, como Gerrard, Ashley Cole e Lampard, e novos talentos como Sturridge, Cahill e Welbeck. O desfalque do atacante velocista Theo Walcott (com uma lesão no ligamento cruzado do joelho) não deve afetar o poderio ofensivo dos ingleses, que ainda têm todas as suas fichas depositadas em Rooney.

Basta que voltem a se enxergar como uma seleção grande para tentar quebrar a sequência de 48 anos sem um título mundial e se fixar, sem sombra de dúvidas, como uma das candidatas ao título.

 

Itália – A velha tática defensiva

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A seleção italiana nunca prezou pelo futebol vistoso. O padrão italiano prima pelo futebol de resultado, ou seja, prioriza não ser vazada, para depois pensar em atacar. E a seleção de Cesare Prandeli não virá muito diferente do que já estamos acostumados a ver.

Basta ver que nas eliminatórias, a Azzurra classificou-se em primeiro no grupo B, com 19 gols marcados, quase metade do que marcou a Alemanha na chave C, com 36. A diferença é que sua zaga já não é tão confiável quanto nos anos anteriores. O experiente goleiro Buffon, que chega ao seu quinto Mundial, ainda é a maior segurança defensiva.

Outro veterano, Pirlo, ainda é o motor do meio de campo, que sofre com a falta de nomes para suprir a ausência de criatividade e talento para abastecer o ataque, que tem Destro, Gilardino, Insigne e Balotelli como referências.

O título recente conquistado em 2006 não apaga o lamentável desempenho na África, quando ficou na primeira fase em um grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. Para manter o respeito às quatro estrelas que carrega sobre o escudo, a Azzurra terá que fazer muito mais do que apenas se defender contra equipes costumeiramente ofensivas como Uruguai e Inglaterra e contra uma Costa Rica que não terá nada a perder.

 

Tabela de jogos

Uruguai x Costa Rica – Dia 14.06.14, às 16h – Castelão
Inglaterra x Itália – Dia 14.06.14, às 19h – Arena da Amazônia
Uruguai x Inglaterra – Dia 19.06.14, às 16h – Arena Corinthians
Itália x Costa Rica – Dia 20.06.14, às 13h – Arena Pernambuco
Costa Rica x Inglaterra – Dia 24.06.14, às 13h – Mineirão
Itália x Uruguai – Dia 24.06.12, às 14h – Arena das Dunas

Por que Diego Simeone precisa assumir a Argentina já!

Diego Simeone era só mais um ex-jogador que migrou para a beira do gramado. Talvez como dirigente tivesse determinado sucesso, mas o momento que o Atlético de Madrid vive é uma prova cabal de que Simeone é diferenciado.

Simeone iniciou sua carreira em 2006, no Racing da Argentina, passando depois por Estudiantes, San Lorenzo e River Plate, pelo qual conquistou o seu primeiro título em 2008. Depois, ainda peregrinou por Catania, Racing novamente e, finalmente, chegou ao Atlético de Madrid, clube em que atuou como volante e é considerado ídolo da torcida colchonera.

Time com muita história e anos como coadjuvante da dupla Barcelona-Real Madrid, o Atlético de Madrid confiou em um treinador com um certo potencial, mas apenas um título em sua curta carreira até então.

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De 2012 até aqui, Simeone conquistou a Liga Europa de 2011/12, a Supercopa Europeia com uma vitória maiúscula por 4 a 1 sobre o Chelsea, em 2012 e, mais recentemente, a Copa do Rei da Espanha, diante do gigante Real Madrid, por 2 a 1.

Na atual temporada (2013/14), briga rodada a rodada pelo título espanhol contra Barcelona e Real Madrid e se mantém na liderança e acaba de eliminar o Barça, de Messi e Neymar, da Liga dos Campeões.

Enfim, após esse resumo, explico por quê Diego Simeone precisa assumir o comando da Seleção Argentina para ontem.

Seu atual clube, Atlético de Madrid, é uma equipe com jogadores destaques ‘agora’ na Europa. No início da temporada, Courtois, Godin, Miranda, Raúl Garcia, Gabi, Koke, Arda Turan, o brasileiro Diego, o renegado David Villa e o artilheiro Diego Costa não passariam de coadjuvantes em outros clubes da Europa.

Pois bem, Simeone reuniu estes jogadores comuns, desconhecidos e renegados e transformou os Colchoneros em um time eficiente em fazer gols e impecável na marcação. O seu diferencial é justamente esse: Simeone era um marcador implacável. Tanto que é lembrado pelos brasileiros pela dura marcação nos clássicos.

Seu conhecimento em campo transformou o Atlético numa equipe compacta, que marca sem precisar apelar para a violência. Assim foi nos dois jogos contra o Barça, quando os catalães tentaram de todas as formas furar o bloqueio colchonero e não conseguiram.

Qual é o problema da Argentina atualmente? É uma seleção extremamente eficiente no ataque, repleta de craques do meio para a frente e um time medíocre do meio para trás. Se Simeone tem no elenco Godin, Miranda, Raúl Garcia, Gabi, Koke e outros atletas até então considerados medianos, a Argentina hoje tem Romero, Zabaleta, Garay, Campagnaro, Otamendi e Mascherano do meio para trás.

Atual treinador argentino, Alejandro Sabella não sabe o que fazer com o setor defensivo. Tanto que entregou a liderança do atual elenco a Lionel Messi, para que a seleção saiba que é preciso ser efetivo no ataque para compensar a deficiência no setor defensivo.

Simeone não entende apenas de marcação. Sabe posicionar seu time para atuar fora de casa, demonstra sua emoção à flor da pele, mantém como treinador a mesma garra e vontade dos tempos de jogador – vide o seu comportamento na beira do gramado, que não se resume a dirigir o time, mas se estende a comandar a torcida em aplaudir, gritar e vibrar.

Simeone encarna a raça argentina à beira do gramado. Simeone poderá passar sua experiência de marcador, sua experiência tática e tornar a Argentina uma equipe que, apesar de pouco talentosa defensivamente, sabe se fechar enquanto o seu ataque resolve lá na frente.

Talvez 2014 ainda não seja o ano da Argentina em Mundiais. Mas dependendo da direção nos próximos anos, 2018 pode chegar ainda mais forte em busca de seu tricampeonato.

Reconstrução

Capa EG5

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